Conhece a ferramenta de Análise de Layout?

 

O diagrama de espaguete é uma ferramenta do Lean Manufacturing que visa entender os caminhos percorridos em um processo produtivo.

Seja o trajeto do produto dentro da fábrica do estado de matéria-prima até a saída do estoque de produto acabado, seja os movimentos de um médico em uma sala de cirurgia ou de uma empilhadeira dentro de um centro de distribuição, sempre recorremos a esta ferramenta quando buscamos entender a eficácia do nosso layout atual e estudar melhorias.

O termo “espaguete” é usado porque quando pegamos uma planta do local estudado e desenhamos perfeitamente as trajetórias realizadas, veremos uma série de linhas curvas, quebradas, confusas, se cruzando constantemente, indo e voltando. Quanto mais ineficaz for o layout da área estudada, mais cheio de linhas ficará nosso desenho.

Essa ferramenta é muito legal de usar porque deixa fácil a visualização das perdas de movimento e transporte de materiais e qualquer um pode aplicar, basta seguir o processo e ir rabiscando no mapa. Se você quiser desenhar o caminho tanto das pessoas quanto dos produtos, você pode usar canetas de cores diferentes. Só cuidado para não fazer um diagrama tão complicado que até você se perde tentando analisar.  Usamos o diagrama de espaguete normalmente junto com outras ferramentas de melhoria como o relatório A3 e o VSM, mas nada impede que você use apenas ela.

Os passos para aplicarmos a ferramenta são os seguintes.

1 – Escolha o processo a ser acompanhado. Vamos fazer o diagrama por partes para facilitar, escolha o processo a ser acompanhado levando em consideração a importância deste, o volume de produtos ou serviços que passam por este processo e quanto uma melhoria neste layout vai impactar na empresa.

2 – Consiga a planta detalhada do espaço já atualizada com as posições das ferramentas, bancadas de trabalho, etc. Se você não tem isso, terá de desenhar por conta própria antes de começar a acompanhar as pessoas.

3 – Com a planta na mão, acompanhe o processo a ser estudado (seja ele pessoas ou produtos), desenhe os movimentos no papel de maneira que não haja “gaps” nos movimentos. Ou seja, as linhas devem ser contínuas sem quebrarem, não tire o lápis do mapa. Se você acompanha pessoas e desejar ver no detalhe as distâncias percorridas, você pode deixar um pedômetro com eles. Pode também inserir um quadriculado no seu mapa com escala de 1m e tirar daí uma estimativa, ou desenhar em um software todo o fluxo e através dele coletar as distâncias. Existem diversos desde simples como complexos e técnicos como o AutoCad, eu particularmente gosto do Microsoft Visio, super simples de usar e já vem com vários templates prontos de fábrica, escritório, até carros e estradas.

Outra dica é tentar pegar tempo de deslocamento também, depois quando falarmos em melhoria, você conseguirá mensurar ganho em distância E tempo.

4 – Em cima do layout atual, estude com a equipe as possíveis melhorias a serem alcançadas, ensaie novas posições e movimentos em propostas de layout até achar uma que agrade a equipe e entregue melhorias esperadas. Desenhe este layout no detalhe e calcule os ganhos de distâncias e tempos, e tente mensurar o que isso representa para a empresa de um modo mais “macro”.

5 – Tendo aprovado o novo layout, mãos à obra em sua implantação. Nas empresas em que passamos, eu sempre tento aplicar esta ferramenta independente se esta possui a cultura Lean ou não, e em todo caso sempre conseguimos bons resultados.

O maior desafio acaba sendo não afetar outros processos quando trabalhamos para melhorar um em específico, e é por isso que o Lean passa a ser tão importante.

Espero que este material tenha lhes ajudado, não deixe de comentar comigo seus sucessos ou problemas na utilização desta ferramenta!