Fiz este artigo para você que é empresário ou consultor de empresas, creio que esta visão deve ser compartilhada com ambos profissionais. Eu não gosto de citar muitas notícias em meus materiais como mencionar esta ou aquela crise, porque tenho medo de datar o artigo. Tenho receio de que, daqui a alguns anos, as pessoas podem achar que se trata de algo já obsoleto.

Mas garanto a vocês que estão me acompanhando, tudo que trataremos aqui sempre acontece, independente do país estar em um momento delicado ou não. Sempre existe, em qualquer cenário político-econômico, empresas navegando “de vento em popa” e outras com a corda no pescoço. Porém é inegável que estamos hoje vivendo um momento delicado onde muitos estão passando por dificuldades de vendas, e nossa equipe comercial tem escutado de maneira recorde o termo “não é o momento” quando oferece os serviços da consultoria. E sobre isso eu queria tratar hoje.

Uma das primeiras atitudes do empresariado ao adentrar em tempos difíceis é fechar as torneiras e pausar os investimentos, e creio que todos nós faríamos o mesmo no lugar deles. Porém “fechar as torneiras” de uma empresa pode ser um negócio muito mais difícil do que parece. Fazer isso implica que já sabíamos onde estão todas elas, implica em ter o conhecimento de quanto pode ser fechado e quanto deve ser mantido. Pode-se incumbir aos gerentes buscar estas torneiras e pensar em alternativas, mas até onde eles se aprofundarão no detalhe das contas e como enxergarão dentro de seus setores os possíveis cortes a fazer, se estes tangenciarem seu conforto, seus estimados subordinados, ou seu julgamento de quão relevantes tais gastos são no contexto?

Em todas as empresas por onde passamos, independente da área em que atuávamos, encontramos muitos gastos (ou perdas) que ou não eram conhecidos pelos empresários (e pelos gestores das contas), ou tinha-se a falsa impressão de que eram inevitáveis, ou irrelevantes.

E tirando a lupa dos gastos para entrar no assunto de processos, uma imensa fonte de renovação e construção de sustentabilidade de uma empresa é rever como as atividades são executadas e parar de “perder tempo” com aquilo que não agrega valor, aquilo que é desnecessário no contexto de colocar um produto ou serviço de qualidade nas mãos do cliente. Ter uma visão refrescada e imparcial para identificar estas perdas em processos requer que estejamos “fora” do processo em si, pois é muito difícil fazer a mesma coisa a anos e depois sentar com uma prancheta e identificar tudo que pode ser melhorado, sem possuir a experiência de quem já viu uma série de implantações e cases de sucesso relacionados ao problema estudado.

A consultoria empresarial, além de possuir inúmeros cases de sucesso e muito know-how de execução, tem acima de tudo um foco determinado e um compromisso firmado com um cronograma, e este é o de entregar resultado. A diferença de uma equipe de consultores dentro de uma empresa é principalmente a velocidade em que as coisas ocorrerão e a precisão do plano de ação e da estratégia. Em um ambiente difícil como no de uma crise, não temos espaço para decisões erradas e lentidão na mudança.

O custo de um consultor é geralmente maior do que o de um gerente com carteira assinada, porém o primeiro não tem de realizar as tarefas do dia a dia, e está na empresa com um objetivo bem definido, e dedicará 100% de seu tempo neste objetivo. E é exatamente por isso que, ao compararmos custo e jogarmos nesta equação o resultado entregue em forma de dinheiro na conta da empresa, o consultor passará a ser infinitamente mais barato. E se ainda resta alguma dúvida quanto a isso, basta lembrarmos que se por um momento o empresário sentir que o resultado não aparecerá, o contrato é facilmente rescindido.

Se olharmos para o passado e analisarmos outras crises, percebemos que as empresas que ficaram de pé ou já estavam bem preparadas e isso as salvou, ou conseguiram em tempo hábil manobrar estrategicamente seus recursos e achar soluções diferenciadas para conseguir sair do outro lado do túnel. O que as diferencia das que sucumbiram? Se me permitem uma opinião de quem já viu de tudo em muitos anos de estrada na consultoria, creio que todas estas empresas possuem em comum a decisão de ter agido rápido antes de realmente se verem em situação crítica.

Já fomos chamados por empresários que julgaram ter chego o momento de chamar um consultor, e em poucos dias na empresa enxergamos um parque extremamente obsoleto, uma equipe despreparada e já sem alguns profissionais que conseguiram encontrar outro emprego mais promissor, e um caixa mais negativo do que a temperatura de um iceberg. Em alguns casos até havia um espaço de manobra, um caminho árduo e complicado rumo à retomada da lucratividade, e infelizmente em outros casos tivemos de nos unir ao empresário e engrossar o coro dos que não sabiam o que fazer.

E porque eles deixaram o navio afundar até a metade para buscar ajuda externa? Porque ligar para um consultor está tão no final da lista de alternativas às dificuldades da crise, ou de se gerir uma empresa de modo geral? Seria o ego de alguns empresários? Seria a descrença neste tipo de profissional? Quanto à segunda hipótese, temos referências, cases, vídeos e materiais para provar nossa expertise e seriedade, e tenho certeza de que meus concorrentes também têm. Agora quanto à primeira hipótese, só nos resta continuar nos apresentando como uma entidade colaborativa e que vem para ajudar e trazer muito mais retorno financeiro do que o investimento demandado, e esperar que cada vez mais empresários enxerguem isso.