Antes de entrar no assunto, gostaria de deixar claro que não estou sugerindo agressões com uma carroça, ou que seu subordinado seja burro. Aliás, se um dia você comentar com ele sobre esta história, mude o título!
Brincadeiras à parte, eu preparei este material porque gostaria de compartilhar com vocês uma história super interessante que ouvi em um dos projetos em que fiz parte. Vamos a ela, depois explico o que isso tudo significa! Um garoto que morava no interior diariamente chegava da escola, almoçava com sua mãe e irmãos, e depois pegava a marmita que a mãe havia preparado e levava para seu pai que estava trabalhando no campo. Todo dia o garoto tinha esta rotina, e não se incomodava nem um pouco. A hora do almoço do pai era o momento que tinha para conversar com ele, pois no final da tarde o cansaço e as responsabilidades com o bebê recém-nascido não o permitiam aos dois muito tempo. Era uma oportunidade mágica para o garoto poder contar as novidades da escola e outras amenidades enquanto o pai comia sua marmita e também lhe contava algumas histórias.
Um dia o pai, ouvindo uma carroça que passava longe dali, perguntou ao garoto.
– “Filho, você consegue ouvir esta carroça?”
– Claro pai.
– Ela está carregada ou vazia?
– Como posso saber se não consigo vê-la?
Diante da resposta o pai sorriu e não disse mais nada, e durante toda a semana o pai fez a mesma pergunta e o filho não conseguiu responder, apesar de notar diferenças nos sons das carroças.
Ao final da semana e intrigado, o filho finalmente pede ao pai contá-lo como ele poderia saber a resposta. O pai então lhe explica:
– Filho as carroças carregadas passam pesadas nas acidentadas estradas de terra, as tábuas e parafusos estão bem apertados pela carga e não emitem muito som. As carroças vazias passam com as tábuas se debatendo e as folgas de parafusos e juntas emitem um tilintar alto e incômodo. É assim que distinguimos carroças vazias e cheias.
Esta história traz uma conclusão bem simples e objetiva. Quando temos uma alta carga de trabalho e temos diversas responsabilidades, não temos tempo de reclamar, não temos intuito de procurar responsabilidades e apontar dedos, precisamos gerar resultado e entregar o que é esperado. Por sua vez se temos folga em nossas atribuições e estamos fazendo algo que nos foi passado e não enxergamos como algo de nossa responsabilidade, reclamamos e fazemos ruído que incomodam os vizinhos. Aquele cara que acha que todos devem passar para ele a coisa mastigada, aquele que recebe uma tarefa e fica inconformado se não receber junto com ela, todo o material necessário para executá-la. Correr atrás dos dados e ter de refazer alguma coisa porque o superior interpretou uma nova solução ou teve uma idéia a partir do que ele já tinha feito é como um tapa na cara para esse sujeito, afinal “Esse cara não sabe o que quer e eu tenho que ficar adivinhando??? ”.
Essa figurinha carimbada é presença certa nas empresas, e estão cada vez mais presentes pois este perfil de adulto existe por causa da criança que foi mimada e não teve de fazer muito esforço para atravessar as etapas da vida. E destas temos a rodo por aí. O problema é que alguns reclamões são fáceis de identificar, outros porém consentem em silêncio e por trás do gestor reclamam e contaminam a equipe, gerando aquele ambiente pesado e desagradável.
Se você convive ou tem por subordinado uma carroça vazia, experimente enchê-lo de carga. Se mesmo assim os ruídos continuarem, o problema só poderá ser do projeto da carroça, portanto mande-a para outras pradarias.
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